segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Fundação oferece oficina de montagem cinematográfica

Um dos mais criativos e respeitados montadores do cinema brasileiro, o cineasta Severino Dadá, vem a Teresina para ministrar a Oficina de Montagem Cinematográfica Alan Sampaio, de 18 a 22 de fevereiro, das 18h00 às 21h00, na Casa da Cultura. A oficina é oferecida pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Cultural Monsenhor Chaves em parceria com a MW Projetos Socioambientais Ltda., dirigido pela antropóloga e documentarista carioca May Waddington.

A oficina vai abordar teorias e técnicas a respeito da iniciação na linguagem do cinema e também iniciação à montagem. Compreende palestras e exibição de filmes, seguidos de estágios na produtora MW Projetos Socioambientais para 3 alunos selecionados durante o curso.

De acordo com May Waddington, Dadá vem se dedicando com amor a essa nova missão de repassar sua experiência e paixão para as novas gerações. “Ele repete exaustivamente que as tecnologias digitais não devem transformar os jovens em apertadores de botões que pensam que o ritmo cinematográfico é baticum de axé music no liquidificador da linguagem televisiva, e lhes passa seu enorme senso de timing, enquadramento e decupagem”, diz a documentarista.

Severino Dadá é um dos principais montadores e editores de som do cinema brasileiro, tendo trabalhado em mais de 300 filmes entre longas, curtas e média-metragens nas bitolas de 16 e 35mm para cinema nacional e internacional. Iniciou sua experiência cinematográfica profissional em 1969 em São Paulo e no Rio de Janeiro, desempenhando diversas funções técnicas. Apelidado de "Cangaceiro da Maviola", o cineasta tem um vasto currículo que, junto ao seu amor pela Sétima Arte, o torna conhecido por toda comunidade cinematográfica nacional. Seu mais recente trabalho como montador e editor de som é Lua Cambará, de Rosemberg Cariry. Destaca-se ainda o documentário Geraldo José- O som Sem Barreiras, sobre a obra do sonoplasta Geraldo José, com o qual ganhou prêmios em festivais em São Paulo, Rio, Brasília, Maranhão, Bahia, dentre outros.

Além de obras de ficção consagradas de diretores como Nélson Pereira dos Santos e Rosemberg Cariry e Neville de Almeida, os trabalhos de Severino Dadá se estendem do cinema marginal à pornochanchada. Também se dedicou intensamente ao cinema documentário e político. Sua longa experiência, sua antológica e histórica participação no cinema nacional e sua personalidade cativante, transformaram o montador em um dos palestrantes mais requisitados dos cursos de cinema institucionalizados no Rio de Janeiro.

A idéia de realizar a oficina surgiu a partir dos relatos entusiasmados de May Waddington sobre a efervescência atual da produção audiovisual no Piauí, o que fez com que a vinda de Severino Dada à Teresina a convite da antropóloga se transformasse em uma experiência de reflexão e formação de jovens montadores. Sobre o nome da oficina, Dada explica: “enquanto falava sobre a produção piauiense, minha amiga comentava sobre a figura de um jovem cineasta local, provavelmente o mais apaixonado de seus futuros alunos. Sua partida precoce no inspirou a batizar a oficina em sua homenagem”, explica o montador.

As inscrições para a Oficina de Montagem Cinematográfica Alan Sampaio podem ser feitas a partir de segunda-feira, dia 11 de fevereiro, junto à Coordenação de Cinema e Vídeo da FCMC, na Casa da Cultura de Teresina. A taxa de inscrição custa R$ 15,00. Mais informações pelo telefone 3215-7849.

Principais trabalhos de Severino Dadá como montador e editor de som em longas-metragens nacionais em 35mm:
O Amuleto de Ogum, dir. Nélson Pereira dos Santos
Apolição, dir. Zózimo Bulbul
Nem Tudo é Verdade, dir. Rogério Sganzerla
A Terra Queira, dir. Geraldo Santos
Matou a Família e Foi ao Cinema, dir. Neville D’Almeida.

Para televisão:
O Galante Rei da Boca, dir. Alessandro Gamo e Luís Alberto Rocha Melo
Aldir Blanc – dois pra lá, dois pra cá, dir. Alexandre Ribeiro, André Sampaio e José Roberto de Morais.

Alguns Prêmios:
Festival de Gramado, 1987: Melhor Montagem do filme de longa-metragem Nem Tudo é Verdade, dir. Rogério Sganzerla
Festival de Havana, 1996: Prêmio Coral de Edición XVIII Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano, Havana, Cuba, pelo filme Corisco e Dada, dir. Rosemberg Cariry.
Festival de Recife, 2000: Melhor Montagem de longa-metragem para Milagre em Juazeiro, dir. Wolney Oliveira.

Um comentário:

Valdecy Alves disse...

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